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Porto do Funchal

 

A exploração do Porto do Funchal foi estabelecida no ano de 1756 por carta régia emanada por D.José I, na qual se dava “luz verde” ao início das obras para construção de um porto de abrigo. O primeiro cais de embarque do Funchal surgiu, assim, até ao ilhéu do Forte de S.José, obra finalizada em 1762.

 

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 Baía do Funchal 1870-1880    Ligação com o Ilhéu de S. José

 

 Só em 1890 o ilhéu do Forte de Nª Srª da Conceição foi ligado à primeira fase, aumentando, desta forma, a área de acostagem. Curiosamente, esta foi uma obra parcialmente destruída por temporais imediatamente a seguir à sua finalização o que obrigou a novas intervenções de reconstrução.

 

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              Ilhéu de Nª Srª da Conceição

 

O cais até ao Forte de Nª Srª de Conceição e os acessos viários entre a Pontinha e a Alfândega, tornavam premente a necessidade de criação de um organismo gestor da área portuária. Foi em 1913 criada a Junta Autónoma da Obras do Porto do Funchal.

Em Maio de 1933 é concluída a construção do molhe da cidade e em 1939 é aumentado em 317m o cais de acostagem do Porto do Funchal. Obras de referência do início do sec.XX foram, igualmente, os diversos pequenos cais construídos à volta da ilha que facilitaram o abastecimento das populações.

 

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               O cais do Porto do Funchal

 

Mais tarde, em 1955, foi concluída a construção de um cais próximo ao cais do Carvão: o Cais Regional, onde passaram a atracar os serviços de carga e passageiros dos “carreireiros” do Porto Santo. Em 1953 tinha já sido elaborado um projecto de ampliação do Porto do Funchal que consistiria no alargamento do cais em todo o seu comprimento e no seu prolongamento em mais 457m. A intervenção conclui-se em 1961. Ficaram nesta data criadas as estruturas fundamentais para o desenvolvimento daquele que é hoje o Porto do Funchal.

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                         O cais regional

Entre 1992 e 1997 foram efetuadas várias obras de reparação no porto e em 1998/199 foi construída uma rampa roll on roll off.

No ano de 2004 foi aprovado o Plano Director do Porto do Funchal, pelo qual se definiu o seu futuro como um porto exclusivamente dedicado ao turismo de cruzeiros e actividades náuticas, libertando a cidade do Funchal da movimentação e transporte de carga.

Em 2005, procedeu-se à transferência dos contentores e dos serviços de cargas e descargas para o Porto do Caniçal. Assim, o Porto do Funchal ficou totalmente destinado a ferrys e ao turismo de cruzeiros.

 

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A região apostou no desenvolvimento deste tipo de turismo, tendo em conta o seu previsível crescimento mundial. Por isso, a 31 de Maio de 2010, foi inaugurada a Gare Marítima da Madeira, face à necessidade de acolher com mais segurança e qualidade os passageiros e tripulantes dos navios de cruzeiro e criar condições ao turnaround. 

Em 2013, e na sequência do aterro de inertes criado junto ao cais da cidade, devido ao temporal do 20 de Fevereiro, iniciou-se a obra de construção de um novo cais, vocacionado também para o turismo de cruzeiros.


História dos cruzeiros na Madeira

 

“Pela sua posição a meio do Atlântico, a Madeira foi, durante décadas, ponto de passagem dos grandes paquetes oceânicos, tendo constituído, até à II Guerra Mundial, um importante porto de escala das rotas entre a Europa e os continentes africano e americano. Entre os navios de passageiros e mercadorias que escalavam regularmente o Porto do Funchal, destacavam-se os das linhas que estabeleciam a ligação entre Portugal Continental e as suas ex colónias africanas e entre a Inglaterra e a África do Sul.

Com o desenvolvimento do transporte aéreo e a diminuição do peso do transporte marítimo de passageiros, o Funchal perdeu parte da sua importância como porto de escala no Atlântico, assistindo ao decréscimo do movimento de navios e de passageiros. Contudo, a Madeira nunca deixou de ser um ponto de escala dos navios de cruzeiro, e, com o ressurgimento recente da actividade dos cruzeiros turísticos ao nível mundial, a região tem-se afirmado como uma referência importante nesta área do Atlântico e como um destino em crescimento.

A importância da Madeira como ponto de escala regular dos grandes paquetes de passageiros iniciou-se muito antes do boom dos cruzeiros turísticos. Nas décadas de 40 e 50, os navios a vapor da linha Southampton - Cape Town, que asseguravam uma ligação regular quinzenalmente com a colónia inglesa na África do Sul, faziam escala na ilha da Madeira, transportando muitos turistas ingleses para a ilha.

A Greg Line foi uma das primeiras companhias de cruzeiros a operar com regularidade, nos princípios da década de 60, uma linha entre a Inglaterra e a Madeira, onde existia uma comunidade inglesa importante. Esta linha teve, contudo, uma curta duração, pois foi encerrada poucos anos após o seu estabelecimento, devido às repercussões de um incêndio num dos navios da empresa - o Lacónia – que ocorreu a cerca de 150 MN Norte da ilha do Porto Santo.
Ainda nos primeiros anos da década de 60, começaram a frequentar a Madeira os navios Camberra da PYO Orient Lines e, iniciava-se então, a “época de ouro” para os navios Soviéticos da Black Sea Ship Companie, os quais operavam a partir de St Petersburg.

As décadas de 60 e 70, nesta zona do Atlântico, foram dominadas pelos navios soviéticos de cruzeiros, que, apesar de possuírem bandeira e tripulações soviéticas, tinham uma clientela oriunda, maioritariamente, dos países nórdicos.

Posteriormente, a partir dos anos 80, e sobretudo na década de 90, a indústria dos cruzeiros registou uma fulgurante expansão, inicialmente circunscrita aos Estados Unidos da América e, depois, abrangendo a Europa.  

Na Madeira rapidamente se fez sentir este efeito, tendo-se assistido ao aumento do número de linhas de cruzeiro, bem como de navios e de passageiros, ao mesmo tempo que se têm concretizado iniciativas com vista ao desenvolvimento sustentado da actividade nos portos da região.  

A forte tradição turística, a existência de equipamentos e serviços de apoio aos visitantes, a convivialidade do seu povo, a tranquilidade e a estabilidade política são chave para o sucesso de mercado turístico de cruzeiros na Região Autónoma da Madeira. Um outro conjunto de factores a relevar são os de ordem geográfica: o ambiente, o clima, o apelo das ilhas e a sua localização geográfica.
As linhas de tráfego que fazem regularmente escala nos portos da Região, inserem a Madeira nos circuitos de cruzeiros que se desenvolvem entre os Arquipélagos da Madeira e das Canárias e o Norte de África. Existem também alguns circuitos que operam a partir do Mediterrâneo Ocidental ou da fachada atlântica da Europa, nomeadamente a partir de Lisboa.

O Funchal surge também como um importante porto de escala de viagens transoceânicas, nomeadamente ligadas ao reposicionamento anual dos navios entre os E.U.A. e a Europa e vice-versa.”

in, Figueira de Sousa, João - O Arquipélago da Madeira na Rota dos Cruzeiros Turísticos

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