Tem apenas 26 anos, um ar de menina e é a responsável pela Segurança do “Sea Cloud Spirit”, o que significa que na hierarquia do navio é a número três, com fortes probabilidades de passar a número 2, como “imediato”.  Catarina Viegas, portuguesa do Algarve, apaixonada pelo mar, nasceu numa família com tradição na vela e pratica este desporto desde miúda, tendo sido por esta via que desde muito cedo, estabeleceu laços com a Madeira.

Considera que “as mulheres têm hoje um caminho mais fácil que outrora,” mas acredita que “só quem é bom no que faz, com dedicação, exigência e método é que vinga nesta profissão. Se calhar, nas outras também.”

Quando terminou a Escola Náutica, em 2016, - entretanto, já concluiu o mestrado na mesma escola - iniciou-se na companhia Sea Cloud Cruises.  Saiu, andou pela “Santa Maria Manuela”, mas regressou à Sea Cloud, “por ser mais desafiante. Começa logo pelo ambiente multicultural no interior do navio. É preciso saber lidar com esta diversidade cultural, mas o lado positivo, é que isso dá uma grande estaleca!”. Está desde agosto do ano passado, no navio mais recente da companhia, o “Sea Cloud Spirit”.

E como é a vida no mar? “Pode ser complicado! Significa ficar fora de casa, no mínimo, 04 meses. O primeiro contrato de trabalho foi de 07 meses. Este foi o contrato de trabalho mais difícil! Pela primeira vez, não consegui passar o Natal com a família!”

A família que diz, sempre a apoiou em todas as decisões. “Sei que o meu pai e a minha mãe têm um grande orgulho em mim! E eu estou lhes grata, porque sempre me incentivaram, nunca me cortaram as asas!”

Um dia, também vai querer ter a sua própria família. “Por enquanto, a questão não se põe, mas essa é possivelmente, a parte menos boa desta profissão. Quero sempre mais, mas não sei se vai ser compatível”. Possivelmente, admite, vai ter de “abdicar desta paixão de trabalhar no mar.” De momento, está tudo bem, pois o namorado também trabalha nos navios.

E agora, como vê a evolução da indústria dos cruzeiros nos próximos tempos: “Dentro de um ano, vai haver um grande boom! As encomendas de novos navios aos estaleiros continuam a surgir. Depois, há a saturação das pessoas, devido às medidas que tiveram de ser tomadas no combate à COVID. Talvez por isso, nota-se que as pessoas estão sedentas de viajar. E menos preocupadas, porque as companhias, os portos, todos tiveram que se adaptar aos tempos e garantir a segurança da viagem, a todos os níveis! Vai correr bem, o sector dos cruzeiros vai voltar muito mais forte e com números bem acima dos apurados antes da pandemia.”

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